Fui orientada por uma professora de português, que faz mestrado e está estudando a capacidade de interpretação de texto dos autistas, que existe o “ledor”: profissional que lê a prova de vestibular para pessoas com deficiência. Ela fez a prova com um rapaz autista e ele passou em 5º lugar em sua área na USP. A mãe deste rapaz ganhou, na justiça, o direito de ele fazer a prova com um “ledor” porque ele entende melhor quando alguém lê o texto para ele.
O Nicolas fez o teste, hoje (09/09/2013), com essa professora. Ao ler os textos e as tirinhas, ele errou dois dos 10 exercícios propostos. Quando ela leu para ele, ele acertou TUDO.
Essa professora nos disse que é comum quando o texto é lido para os autistas, eles acertarem mais do que quando eles mesmos leem.
Para assegurar que o ledor não ajude o autista (ou com qualquer outro tipo de deficiência que requeira um ledor), a prova é feita em uma sala individual, onde ficam apenas o vestibulando, o ledor e um fiscal para assegurar que o ledor não irá ler as alternativas de maneira tendenciosa ou ajudar na prova.
Alguém pode se perguntar: "Ok! E depois que ele entrar na faculdade? Terá alguém para ler para ele?"
Lei Berenice Piana
§ 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.
(...)
Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista:
I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer;
I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer;
(...) IV - o acesso:
a) à educação e ao ensino profissionalizante;
b) à moradia, inclusive à residência protegida;
c) ao mercado de trabalho;
d) à previdência social e à assistência social.
b) à moradia, inclusive à residência protegida;
c) ao mercado de trabalho;
d) à previdência social e à assistência social.
A inclusão terá que continuar.
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